segunda-feira, maio 11, 2015

Game os Thrones


(A Guerra dos Tronos)
Daniel Lemos – Outono de 2015
Tomei conhecimento dessa obra – série da HBO, RPG, Jogo de Tabuleiro e de cartas e, a origem de tudo, a obra literária de fantasia de George R.R. Martin – tardiamente. No entanto, hoje percebo que não foi tão ruim assim chegar depois de todo mundo a esse fantástico universo. Afinal, não tive que ficar ansioso esperando o próximo episódio (pois minha iniciação se deu primeiro pela série da HBO) como está acontecendo agora na quinta temporada. Assisti as quatro primeiras temporadas “de soco”, como se diz, numa verdadeira maratona, nas férias de janeiro de 2015. Por acaso, estava procurando algumas séries para assistir e, acabei encontrando disponíveis as quatro primeiras temporadas de Game of Thrones (em Português, A Guerra dos Tronos) a série de televisão norte-americana criada por David Benioff e D. B. Weiss para a HBO e, resolvi assistir para ver como era. Resultado: viciei! Já assisti quatro vezes as temporadas disponíveis, adquiri o jogo de cartas (estou esperando chegar na loja o tabuleiro) e, agora estou lendo os livros. E, é sobre eles que quero escrever.
Existem como é natural discrepâncias entre a série e os livros. No entanto, vou me ater apenas na análise da primeira temporada, da série, e na relação com o primeiro livro da saga: Game of Thrones (em Português, A Guerra dos Tronos) primeira parte dAs Crônicas de Gelo e Fogo (no original em inglês: A Song of Ice and Fire) série de livros de fantasia épica escrita pelo romancista e roteirista norte-americano George R. R. Martin.

A Casa Stark de Winterfell
Começo pelos Stark. A Casa Stark de Winterfell é uma das grandes casas de Westeros e a principal casa nobre do Norte, eles governaram como Reis do Inverno, mas desde a conquista Targaryen têm sido os Protetores do Norte. Sua sede, Winterfell, é um antigo castelo famoso por sua força. O selo dos Starks é um lobo gigante cinzento correndo em um campo branco de gelo, e seu lema é "O Inverno está Chegando".
No que se refere aos personagens do livro e da série de Tv, tive o mesmo sentimento em relação a eles, tanto nos filmes como no livro. As personalidades, as cenas, me pareceram bastante fieis ao livro de Matin. Continuei não simpatizando com o falso moralista do Eddard "Ned" Stark e, detestei mais ainda a arrogante e esnobe Catelyn Tully, especialmente na sua relação com o filho bastardo do seu marido, o Jon Snow. Dessa forma, creio que os diretores foram felizes na transmissão do espírito da obra de Martin.


Quanto a Robb Stark, filho legítimo mais velho e herdeiro de Lorde {Eddard Stark}, também conhecido como "o Jovem Lobo", comecei a simpatizar mais com esse personagem, quanto mais vezes assisto aos episódios e agora, lendo o livro, comecei a gostar desse personagem e, não notei muito diferença nas cenas, do livro com a série.

 Ainda, quanto à Sansa Stark, (filha mais velha Eddard Stark e de Catelyn Stark) e Arya Stark, filha mais jovem deles, a filha mais velha teve algumas falas em que transparece a sua ambição e raiva em relação à Arya, cortadas. E, sua amiga Jeni Poole excluída dos filmes

No entanto Arya foi bem representada na série, não faltando nada em relação ao livro, apenas o aspecto físico do seu prof. de dança é que foi bem alterado.
Ainda, Bran Stark, o filho de Eddard e Catelyn que após uma queda de uma torre deixou de andar e, teve o mesmo espaço e protagonismo na série e no livro, porém, Rickon Stark, filho mais novo do nobre casal, foi menor aproveitado na série da HBO, do que o espaço que ele tem no livro, especialmente após a partida de Rob e da morte de Ned, seu pai.
Por fim, o último Stark e, um dos mais carismáticos personagens da saga de Gelo e Fogo, Jon Snow o filho bastardo de Eddard Stark, que foi criado em Winterfell ao lado de seus meio-irmãos e que ingressou na Patrulha da Noite, não perdeu nada em relação ao livro, exceto, a cena do final do livro em que ele tentou abandonar a Muralha para se juntar à guerra de Rob e, foi impedido pelos seus irmãos que vestem negro. Esta cena devia estar na série televisiva também, pois é bem intensa e merecia ser aproveitada. Outro aspecto positivo da série, é a relação de amizade e parceria com o Samwell Tarly que foi bem retratada e, a relação quase filial que Jon tem com Lorde Comandante Jeor Mormont e o Meistre Aemon Targaryen.


A Casa Baratheon de Ponta Tempestade, é uma das Grande Casas de Westeros. Sua sede é em Ponta Tempestade, um castelo antigo construído pelos Reis da Tempestade. Seu brasão é um veado coroado negro num fundo dourado. Os membros da família tendem a ser grandes, com cabelo preto e olhos azuis. Eles são conhecidos por seus temperamentos vivos. Seu lema é Nossa é a Fúria.
Todos os personagens dessa família, cujos principais nomes são o Rei Robert Baratheon, e seus irmãos Stannis e Renly receberam o mesmo espaço e protagonismo que possuem no primeiro livro da saga, ou seja pouca presença. Os atores que interpretam esses papeis na série da HBO honraram sua tarefa.
Casa Lannister de Rochedo Casterly

Quanto à Casa Lannister de Rochedo Casterly, a mais rica entre as Grandes Casas. Cujo seu principal castelo é Rochedo casterly e o brasão é um leão dourado em campo carmesim e seu lema é Ouça-me rugir (O lema não oficial é Um Lannister sempre paga suas dívidas) foi bem ilustrada pela HBO. Inclusive, pelo que percebi, os irmãos gêmeos e incestuosos, Jaime Lannister e Cersei Lannister – a rainha infiel de Robert Baratheon – receberam um espaço bem maior que no livro. Bem como seu odioso filho, que no final da primeira temporada, assim como no final do primeiro livro, torna-se o Rei Jofrey Lannister Baratheon. Opai daqueles e, patriarca da família dourada, Tywin Lannister, continua mantém o mesmo espaço e a mesma fria crueldade maquiavélica do texto escrito. Assim como também mantém seu carisma e característica de piadista, o querido anão Tyrion, o Duende.

Com relação a essa casa os seus três principais colaboradores e, membros do pequeno conselho, é que ganharam – e deu certo! – um espaço bem maior na TV: Lorde Varys (o eunuco mestre dos sussurros), Petyr Baelish (Mestre da Moeda e dono das casas de facilidades da capital) e Grande Meistre Pycelle  .
Os demais auxiliares dos Lannister permaneceram como no livro: Janos Slynt, Bronn, Shae (mais jovial e menos manipuladora no livro), Podrick Payne, Gregor Clegane, a Montanha que Cavalga, e seu irmão Cão de Caça, ficaram do mesmo tamanho.
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A Casa Targaryen é uma família nobre de Valíria, eles viveram por séculos na ilha de Pedra do Dragão até que Aegon, o Conquistador e suas irmãs partiram com seus dragões para conquistar os Sete Reinos. Os Targaryen governaram como reis de Westeros por quase trezentos anos, até serem expulsos durante a Rebelião de Robert. Além da capital, Porto Real, eles possuíam o castelo na ilha de Pedra do Dragão.
O brasão dos Targaryen é um dragão com três cabeças expelindo chamas, vermelho sobre um fundo negro. O dragão de três cabeças representa Aegon, o Conquistador, e suas duas irmãs, Rhaenys Targaryen e Visenya Targaryen. Seu lema é Fogo e Sangue.
Essa é uma família que não me agrada muito. As partes do livro e da série em que foca nos Targaryen, o Príncipe Viserys e a Princesa Daenerys, me parece que coincidem em tudo que é mais importante. Não teria nada à acrescentar sobre eles e, na verdade, nem concordo que a Dany seja tão carismática como dizem.

Informações



quarta-feira, janeiro 14, 2015

O governo Sartori e os partidos políticos

Publicado em  24/dez/2014, 9h52min, no Jornal Sul 21

http://www.sul21.com.br/jornal/o-governo-sartori-e-os-partidos-politicos/ 



“No Brasil, os partidos existem e são importantes” esse é o título de um artigo escrito pelo cientista político da Universidade de Campinas, professor Oswaldo Amaral e, ele não está sozinho nessa posição, embora a maioria das pessoas e, até mesmo colunistas políticos pensem diferente. Além dele, outros cientistas políticos também sustentam a importância dos partidos políticos, no sistema institucional brasileiro, como por exemplo, Argelina Figueiredo, Fernando Limongi, Raquel Meneguello e Maria do Socorro Braga. Esta responde a seguinte indagação “Os partidos políticos brasileiros realmente não importam?” de forma categórica: “partidos políticos importam para explicar o comportamento dos eleitores brasileiros e, portanto, para a estruturação do sistema partidário contemporâneo”. 

Outra maneira de comprovar a importância dos partidos políticos é observar, como ocorre a composição do Governo Sartori, que começará em 2015. Embora ainda não esteja completa, a maioria das secretarias já tiveram seus titulares anunciados e, o que se observa é uma ampla maioria de nomes “políticos”. Estes foram indicados pelos partidos que apoiaram o novo Governador ou, que farão parte de sua base de sustentação na Assembleia Legislativa gaúcha. O partido ao qual pertence o governador José Ivo Sartori, o PMDB, e os outros dois que compuseram a coligação vencedora da competição eleitoral, o PSB e PSD indicaram dez nomes. São eles: do PMDB o cantor Victor Hugo (Cultura), o economista Cristiano Tatsch (Planejamento e Desenvolvimento Regional), o deputado estadual Fábio Branco (Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia), o ex-prefeito de Farroupilha Ademir Baretta (Chefia de Gabinete do Governador), o deputado federal Giovani Feltes( Fazenda), o deputado federal Márcio Biolchi (Casa Civil) eCarlos Búrigo (Secretaria-Geral de Governo); Do PSB:Tarcísio Minetto (Desenvolvimento Rural e Cooperativismo) o deputado estadual Miki Breier (Trabalho e Desenvolvimento Social); e, do PSD: o advogado Eduardo Oliveira (Modernização Administrativa e Recursos Humanos). 

Além deles, o PDT, que na eleição competiu com candidato próprio contra o governador eleito, indicou dois secretários – o promotor Vieira da Cunha para a Educação e Gerson Burmann, deputado estadual, para Obras, Saneamento e Habitação. Ainda, o Partido Progressista, da senadora e candidata derrotada na eleição desse ano, Ana Amélia Lemos, e o Partido da Social Democracia Brasileira, que a apoiava, também indicaram secretários para o Governo Sartori. Ernani Polo e Pedro Westphalen, ambos os deputados estaduais são filiados ao PP e Lucas Redecker do PSDB, serão secretários de Agricultura e Pecuária, Transportes e Mobilidade Urbana eMinas e Energia, respectivamente. Por outro lado, alguns nomes foram anunciados como “independentes”, ou seja, não são filiados a nenhum partido político – Ana Pellini (Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), César Faccioli (Justiça e Direitos Humanos) e Wantuir Jacini (Segurança). Contudo, mesmo eles possuem ligações político-partidárias, pois Ana Pellini foi secretária no governo Yeda Crusius do PSDB e, Wantuir Jacini foi secretário no governo do PMDB de Mato Grosso do Sul.

Portanto, é possível perceber que, alguns mitos se desfazem ao se analisar com cuidado a composição política do novo governo. Primeiramente o governador Sartori, ao contrário do que dizia na campanha eleitoral, não constituiu um governo totalmente novo, pois escolheu como seus auxiliares, nomes com larga carreira política e que já haviam inclusive participado de governos anteriores (Simon, Collares, Britto, Rigotto e Yeda). Em segundo lugar, a maioria dos secretários recrutados são indicações dos partidos que estavam na coligação vencedora ou que vieram a se somar à base aliada, dessa forma é um secretariado com perfil político – e não técnico – como registrou a jornalista Rosane de Oliveira em seu blog no dia 18 de dezembro de 2014. 

Por tudo isso é possível concluir, que ao contrário do que pensa a maioria das pessoas e, mesmo os mais experientes colunistas políticos, os partidos políticos do Brasil, têm sim uma grande importância e, fazem a diferença. Tanto durante a competição eleitoral – como confirmam inúmeros estudos publicados por vários cientistas políticos – quanto no exercício do poder, quando estabelecem as diretrizes que os governantes devem seguir e, também, quando indicam os atores que irão produzir e conduzir as políticas públicas, conforme foi apresentado no exemplo do Governo Sartori. Enfim, como bem diz o professor Oswaldo Amaral: “no Brasil, os partidos existem e são importantes”. 

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Daniel de Souza Lemos é Mestrando em Ciência Política/UFPel e Bolsista Fapergs-Capes (danielslemos@yahoo.com.br)