A última do senador mineiro
Vamos nos divertir um pouco. Convido-os a analisarem comigo as pérolas proferidas pelo senador mineiro Aécio Neves em sua viagem ao Recife e a Salvador. Comecemos pela avaliação dos mandatos do ex-presidente Lula e o da presidenta Dilma Rousseff:
“O PT não propôs nada de novo. Se contentou com os altos índices de popularidade. Usou essa popularidade para surfar. Não é posição de estadista. Lula não soube usar a popularidade para fazer um país melhor. Ele deveria gastar, usar essa popularidade, para fazer o que tinha de ser feito. Dilma vai no mesmo caminho”.
Sim, vocês leram isso. Dizer que o PT não propôs nada de novo e desconsiderar todas as transformações pelas quais este país passou nos últimos anos – e continua passando – está no script da fala do senador. Claro que fugia do seu roteiro explicar de onde veio esta popularidade ou lembrar que o ex-presidente FHC deixou seu segundo governo tão em baixa que não conseguiu eleger um sucessor.
Ao contrário do ex-presidente Lula que, além de eleger a presidenta Dilma Rousseff, manteve uma grande expressão junto ao povo brasileiro.
Fadiga de material?
Aécio, bem treinado, chegou ainda a afirmar que o PT estaria sofrendo fadiga de material. “Há um cansaço em relação à forma de agir do PT. Eles perderam a capacidade de se reformular. Por isto, um estágio na oposição iria fazer muito bem ao PT. Um poder tão longo, dez anos, não fez bem ao PT. Eles abandonaram a sua história”. Então nós é que estamos com fadiga de material? Sem propostas e sem projetos? Sem comentários...
Mas, foi em Salvador, que o senador perdeu as estribeiras. Ele esteve na capital baiana para ver de perto o estrago que o nosso candidato Nelson Pelegrino (PT) está provocando na candidatura demista de ACM Neto. E lá resolveu responder à ironia que o candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad, havia feito ao dizer que "se Aécio quer ser presidente, estude um pouquinho, leia um livro por semana. Pode ser na praia de Ipanema".
A resposta de Aécio, sem nenhuma elegância, foi "como não acho que ele [Haddad] possa ser tão idiota como parece às vezes, certamente ele quis dar ali uma estocada no presidente Lula, talvez não satisfeito com a incapacidade que [Lula] demonstrou até agora para alavancar sua candidatura”.
Frases pré-fabricadas
Conclusão: Aécio Neves quer aparecer. Mas, para isso, fala qualquer coisa que os marqueteiros mandam, como essas frases pré-fabricadas. Suas declarações são frases de efeito ditas quase por obrigação, já que nem ele acredita. Dizer que o Brasil não mudou... E logo em Salvador, onde seu candidato (ACM Neto) representa um passado de cumplicidade com a ditadura e com o autoritarismo.
E, pior, falar em fadiga de material quando seu partido, o PSDB, perdeu três eleições e agora caminha para uma derrota histórica. Não vai eleger nenhum prefeito nas capitais do Sul, Sudeste e Centro Oeste; corre o risco de não eleger nenhuma no Norte e no Nordeste; e vai disputar o segundo turno em três - São Luís, Teresina e Maceió - com sérias chances de perder.
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